Em Goiás, ginecologista é preso por abusar de 40 mulheres durante consultas

Suspeito de ter cometido violência sexual contra dezenas de mulheres, um médico, de 41 anos, foi preso pela Polícia Civil de Goiás -mais de 40 vítimas já testemunharam contra o homem até o momento.

Outras mulheres ainda devem ser ouvidas pela investigação nos próximos dias, o que pode fazer o número de vítimas aumentar, diz a delegada Isabella Joy Lima e Silva, responsável pelo caso.

A delegada afirmou que recebeu em setembro uma queixa contra o médico na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Anápolis, a cerca de 60 quilômetros de Goiânia. Pesquisando no sistema, ela descobriu outros dois registros feitos por outras duas mulheres contra ele que ainda não haviam sido investigados.

Uma dessas ocorrências foi registrada em 2020 por uma paciente que relatou que o médico teria penetrado com os dedos em sua vagina e comentado que, “se ela tivesse esperado mais, teria gozado”. Os relatos, segundo a delegada, indicam suposta violação sexual mediante fraude, já que ele se utilizaria da profissão para cometer os crimes.

“Nós ouvimos essas vítimas, vimos que os casos eram parecidos, o modo operante, comecei a verificar que ele tinha CRM (registro obrigatório para prática da medicina) em vários estados do país e fui ligando os fios. Consegui inquérito de uma vítima do Distrito Federal, com sentença condenatória, consegui registro de ocorrência de uma vítima do Paraná [um caso arquivado]. Então a gente abriu o inquérito com mais robustez e representamos pela prisão preventiva”, explica a delegada.

Em depoimento à polícia, o médico disse que não há nada de cunho sexual em seu trabalho e que as perguntas são necessárias em sua profissão..

O Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) diz que tomou conhecimento das denúncias depois da divulgação do caso pela polícia e que apurará a conduta do médico.

Uma das mulheres que prestou depoimento nesta quinta-feira, 20, contou que teria sofrido abuso quando tinha entre 12 e 13 anos. Ela contatou a polícia depois das primeiras denúncias contra o médico terem sido reveladas pela imprensa.