Efeitos colaterais de vacinas contra covid-19 não podem ser desculpa para deixar de se imunizar

Dor de cabeça, febre, sensibilidade no local da vacinação e sinais de gripe são as ocorrências mais frequentes e esperadas após a vacinação contra covid-19. Classificadas como não graves pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), todas elas estão listadas na bula dos imunizantes. 

De acordo com a médica infectologista, Cláudia Biscotto, a maior queixa de efeito colateral é em relação à vacina da Astrazeneca, pois grande parte da população foi imunizada com ela e por isso é normal a queixa.

A reação das vacinas é variável dependendo de cada pessoa – toda vacina tem reação, mas nem todas as pessoas sentem os efeitos colaterais, como acontece com a vacina contra a gripe. Em relação às vacinas contra a Covid-19, são reações transitórias que duram no máximo dois dias no nosso organismo. Como estamos administrando mais as doses da Astrazeneca é normal o relato maior de efeitos colaterais dela. Esses sintomas são comuns e indicam que a vacina está fazendo o efeito dela, criando anticorpos contra o vírus”, explica a especialista.

A empresária Raíssa Alves tomou a vacina Astrazeneca – ela se enquadra no grupo de risco por ser asmática. Raíssa conta que no dia que foi imunizada não sentiu nenhum tipo de reação, no entanto, durante a madrugada começou os calafrios e acordou com febre e muita dor de cabeça.

A dor no corpo começou logo cedo. Quando eu estava passando bem mal, bateu arrependimento de ter vacinado, mas assim como os sintomas, esse arrependimento passou. Pois, acredito que essa é a ‘dose da esperança’ que estamos precisando para voltarmos tudo ao normal. Assim, acabará o medo e as preocupações que estamos tendo”, afirma a empresária.

Dados da Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG) apontam que entre os dias 18/1 e 25/5 deste ano, foram registrados 16.867 casos de eventos adversos em decorrência da vacinação. A maior parte é de natureza leve, 92,5%. Isso significa que, das 6.882.824 doses aplicadas no período, em 0,24% ocorreu algum tipo de reação. 

Por outro lado, a letalidade da doença, de acordo com os estudos científicos, é de 2,55%. O que significa que, de cada cem pessoas que tiveram coronavírus, 2,55 vieram a óbito. 

Ninguém pode deixar de tomar a vacina simplesmente por medo de ter uma reação, isso não é justificável. Todos que estão contemplados em grupos prioritários devem ser imunizados com a vacina que estiver disponível, seja Astrazeneca, Coronavac ou Pfizer”, alerta a médica Cláudia Biscotto.

Segunda dose

As pessoas que estão incluídas nos grupos prioritários devem procurar uma unidade de saúde para se vacinar – só a primeira não garante a imunização.

A SES-MG orienta que as secretarias municipais informem as pessoas quando forem  vacinadas, na unidade de Saúde, sobre os eventos adversos mais comuns ou esperados. Segundo a coordenadora, se a pessoa apresentar algum sintoma, é importante informar a unidade para investigação do ocorrido.

A reação pode ocorrer na primeira e na segunda dose. Se a pessoa sentiu efeito colateral na primeira, provavelmente terá na segunda também”, finaliza Cláudia Biscotto, infectologista.