Polícia ouve representante e motorista de ônibus do acidente na BR-381, em João Monlevade

Em continuidade às investigações que apuram as causas do grave acidente ocorrido na BR-381, altura de João Monlevade, região Central do estado, a Polícia Civil realizou as oitivas, na tarde dessa segunda-feira (7), de uma representante da empresa responsável pelo ônibus e do motorista do veículo. Até o momento, estão formalizados no inquérito policial dez depoimentos, e outras sete pessoas também já foram ouvidas durante os levantamentos da equipe.

As investigações tramitam na Delegacia Regional de Polícia Civil em João Monlevade. De acordo com o delegado regional Paulo Tavares, em matéria divulgada pela PC, o motorista do ônibus, de 47 anos, apresentou-se voluntariamente na unidade, acompanhado por advogado. O depoimento teve duração de três horas. “O motorista não se escusou de dar nenhuma resposta e prestou os devidos esclarecimentos. Segundo ele, houve uma falha técnica, mas a confirmação depende de provas periciais e testemunhais”, explica.

Em relação à representante da empresa, Tavares informa que se trata da filha dos responsáveis. Conforme informado por ela, estava em Belo Horizonte, em nome dos pais, para prestar auxílio e providências quanto às vítimas, mas não participava da gestão. “Por isso, esperamos, na semana que vem, a vinda dos representantes legais da empresa para esclarecer determinadas situações”, observa.

O delegado esclarece ainda que, no momento, não há medida cautelar contra o motorista, e que o homem deverá prestar declarações novamente no inquérito policial. Além de novos depoimentos e laudos periciais, Tavares adianta que há previsão de apurações fora do estado a fim de reunir mais elementos de interesse para a investigação. “Estamos empenhados para concluir o inquérito policial no menor prazo possível”, conclui.

O acidente

O acidente aconteceu na sexta-feira (4), e, com a queda de uma altura aproximada de 35 metros, 19 pessoas morreram. O ônibus envolvido no acidente saiu de Mata Grande, em Alagoas, com destino a São Paulo. Todos os corpos foram necropsiados no Instituto Médico Legal Dr. André Roquette, em Belo Horizonte, passaram pelo procedimento de identificação e já foram retirados.

No domingo (6), familiares de três vítimas fatais optaram pelo transporte particular, uma para o interior de Alagoas e duas a São Paulo. Outros 14 corpos foram retirados por funerária providenciada pelo estado de Alagoas e transportados em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), nesta segunda-feira (7). Equipes da PC acompanharam o translado até o Aeroporto da Pampulha e ajudaram nos embarques das urnas funerárias na aeronave da FAB. Ainda ontem pela manhã, a Polícia Científica de São Paulo realizou a retirada de dois corpos, seguindo via terrestre para aquele estado.