Nos oito primeiros meses deste ano foram notificados mais de 3,4 mil acidentes com escorpiões no Norte de Minas e cinco óbitos, os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) que integra o Sistema Único de Saúde (SUS). No ano passado o número de casos notificados ultrapassou 6 mil, com ocorrência de dois óbitos.
Segundo especialistas, esses acidentes ocorrem com maior frequência nos períodos de altas temperaturas, o que provoca maior deslocamento dos animais à procura de água, alimentos e ambientes mais frescos, entre eles o interior de residências.
A referência técnica da vigilância epidemiológica da SRS de Montes Claros, Amanda de Andrade Costa explica que, ainda em 2019, foi realizada capacitação para o atendimento de pacientes vítimas de acidentes por animais peçonhentos.
“No caso de acidentes com animais peçonhentos, entre eles escorpiões, é de fundamental importância que o paciente seja encaminhado o mais rápido possível para atendimento médico, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias para evitar o agravamento da situação e a possibilidade de ocorrência de óbitos”, frisa.
Polos de atendimento
Em 2019 foram criados 18 polos para atendimento de pessoas vítimas de animais peçonhentos no Norte de Minas. O objetivo é agilizar os atendimentos nos serviços de saúde e, com isso, reduzir as possibilidades de ocorrência de óbitos.
Além de evitar o desabastecimento de soro nas microrregiões de saúde, a definição dos polos estratégicos levou em consideração informações epidemiológicas e geográficas. Com isso, além do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF) sediado em Montes Claros, outras 17 unidades hospitalares de referência na região passaram a ter disponibilidade de soro. Elas estão sediadas nos seguintes municípios: Bocaiuva; Coração de Jesus; Espinosa; Grão Mogol; Francisco Sá; Jaíba; Janaúba; Mato Verde; Mirabela; Monte Azul; Montezuma; Ninheira; Porteirinha; Rio Pardo de Minas; São João do Paraíso; Salinas e Taiobeiras.
Em caso de acidentes, a pessoa deve limpar o local com água e sabão; aplicar compressa morna no local; procurar uma Unidade Básica de Saúde e, se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde o que contribuirá para identificar qual melhor tratamento a ser realizado.