Entidades de acolhimento de idosos e dependentes químicos em Montes Claros mudam rotina por causa do coronavírus

O Centro Feminino de Longa Permanência, Lar das Velinhas, em Montes Claros, no Norte de Minas, viu a rotina mudar com a pandemia do novo coronavírus. É que pessoas acima de 60 anos fazem parte do grupo de risco e a maioria das 59 internas entram nas estatísticas. A idade entre elas varia de 41 a 109 anos.

A técnica de enfermagem, Cristina Vanessa Ferreira, revela que os cuidados básicos, como lavar bem as mãos e o uso do álcool em gel, são regras por lá. Além disso, mudanças de hábitos foram necessárias, também, para os funcionários. “Estamos evitando o contato desnecessário com as idosas, além disso, agora levamos as roupas e os calçados pra trocar no lar”, diz.

As visitas às internas foram suspensas, mas a profissional destaca que o mais difícil é ter que demonstrar o carinho para as assistidas de outra forma. “Não posso pegar nas mãos e nem abraçá-las. ta difícil, mas é para o bem delas’, destaca.

Outro centro de acolhimento que vem readequando a rotina, por causa do coronavírus, é a Fazenda da Solidariedade que conta atualmente com 30 internos para tratamento da dependência química. De acordo com o procurador da instituição, Daniel Andrade Cruz, nos 10 anos de funcionamento nunca houveram tantas restrições no local.

“As visitas estão suspensas e a entrada de objetos estão passando por esterilização e triagem. Ficou acordada com as famílias as ligações por telefone e até mesmo vídeo-chamada. A boa notícia é que não houve nenhuma resistência por parte dos nossos acolhidos”, conta.

Ainda, segundo Daniel, as atividades realizadas na Associação Cristã Banco da Solidariedade (Bansol), mantenedora da Fazenda, foram interrompidas. Somente as demandas da fazendinha estão sendo atendidas. “Por mês eram realizadas mais de 50 triagens e 100 atendimentos psicológicos, psiquiátricos e sociais. Há um receio de interromper os serviços, mas sabemos que é o melhor a ser feito no momento”.

A Associação possui 15 funcionários que estarão revezando para suprir as necessidades dos acolhidos. Para evitar que os funcionários usem o transporte coletivo, eles são buscados em casa. A limpeza da comunidade terapêutica foi reforçada. Talheres e locais de uso comum, como mesas e cadeiras, seguem um protocolo de higienização e esterilização com álcool, tudo para livrar os assistidos da Covid-19.

“A entidade sempre trabalhou em prol da vida e não há outra escolha, no momento, para defender a vida de todos nós, se não o isolamento”, finaliza.

**Escrita pelo repórter Carlos Alberto Jr.