Fim de racionamento faz com que população continue dependendo das chuvas em Montes Claros

Crédito Vitor Costa

A Câmara Municipal de Montes Claros realizou na manhã de quinta (27), audiência pública para esclarecer sobre a suspensão do rodízio hídrico no município. A decisão foi tomada no início de setembro, após três anos dos 400 mil habitantes tendo que enfrentar o rodízio de água por no mínimo 48h. A audiência foi proposta pelo Presidente da Casa, o Vereador Cláudio Prates (PTB).

O rodízio de 24h sem o abastecimento de água começou no dia 12 de outubro de 2015 nos cerca de 200 bairros de Montes Claros, sendo alterado para 48h  em novembro de 2017. Segundo Cláudio Prates não foi noticiado ao executivo nem ao legislativo a suspensão do rodízio.

“A decisão da Copasa de suspender o racionamento de água no município é preocupante. Gostaríamos de saber quais foram as razões técnicas para tomada dessa decisão e assim levar tranquilidade a população de Montes Claros. Pelas redes sociais são divulgadas informações que essa captação de água no Rio Pacuí não seria suficiente pra trazer essa tranquilidade. O terror de todos é que após o período eleitoral seja necessário retomar o racionamento”, indaga o presidente da Casa Legislativa.

A vereadora Maria Helena Lopes (PPL) citou que sempre defendeu medidas de curto, médio e longo prazo para solucionar o problema da escassez de água e que para ela é uma questão eleitoreira. “Nos disseram que a água seria captada no período chuvoso, eu estou estranhando porque estamos na seca. Se faltar água só teremos empresas fantasmas na nossa cidade, então as medidas tomadas até o momento me deixa vários questionamentos,  precisamos de respostas” solicita  Maria Helena.

O sistema de captação do rio Pacuí custou cerca de R$ 88 milhões e permite que a água seja captada e levada a Montes Claros por 54 km de tubulação. A empresa pode captar até 345 litros de água por segundo rio. De acordo com o diretor técnico da Copasa, Alex Aguiar, a empresa não retirará água da barragem de Juramento durante o período chuvoso. “Não vamos usar a água de Juramento durante o período chuvoso. Nesse período, a barragem servirá como um reservatório de água para abastecer a cidade no período de seca” disse Alex.

O questionamento dos vereadores é sobre o que vai ocorrer em caso de não ter chuvas significativas como nos últimos anos. Segundo o superintendente da Copasa, Roberto Botelho, de 2013 até hoje não choveu no município valores próximos a média histórica. “A barragem de Juramento hoje está 8% acima do nível se comparado com o mesmo período do ano passado. Tivemos melhorias no sistema Morrinhos e Lapa Grande, colocamos 60km de rede nova, Fizemos 22 poços de captação sazonal do rio Verde Grande para uso no período chuvoso, e conseguimos também que a água chegue até os Bairros Panorama, Ibituruna.  Caso baixe o nível do Sistema Morrinhos, nós conseguimos transferir do Sistema Verde Grande, com um sistema operacional que permite esse procedimento alternativo de distribuição de água” prestou conta o superintendente da Copasa.

O diretor da Copasa, Gilson de Carvalho, pontuou que uma série de ações foram realizadas pela companhia durante os últimos meses que contribuíram para a suspensão do rodízio.

“A Copasa pode garantir que atualmente o sistema é muito mais seguro que antes” afirmou Gilson.