20 mil consumidores são prejudicados pelas queimadas em 2018

Imagem Ilustrativa/Internet

Um levantamento realizado pela Cemig apontou que 20 mil clientes ficaram sem energia elétrica no primeiro semestre de 2018, após incêndios atingirem a rede elétrica. No período, foram registradas 77 interrupções na área de concessão da empresa, sendo a maioria na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no Sul e no Norte de Minas. No Norte, neste período, oito ocorrências afetaram 260 clientes.

No primeiro semestre de 2017, foram registradas 95 ocorrências, afetando mais de 41 mil usuários. No Norte foram 12 ocorrências, impactando 380 clientes. Apesar da queda no número de interrupções em relação ao ano anterior, é preciso ficar atento, já que no segundo semestre as queimadas se intensificam, devido ao clima seco e às altas temperaturas.

“A principal causa de incêndios florestais em Minas Gerais são as queimadas preparatórias de pastos e de terrenos para plantio, que acabam fugindo do controle dos agricultores e se espalham rapidamente, especialmente em dias de altas temperaturas e baixa umidade do ar. Além disso, o abrasamento de lixo e o descarte de cigarros acesos na beira das estradas também ocasionam queimadas em nosso estado”, explica o engenheiro eletricista, Demétrio Aguiar.

Ainda segundo Demétrio, ao atingir redes de distribuição de energia, os incêndios podem provocar danos aos postes e, consequentemente, destruição dessas estruturas e de cabos condutores. Nessas situações, é necessário substituir os equipamentos, atividade que demanda tempo e provoca a demora na religação dos circuitos atingidos.

“Há também o risco de curtos-circuitos em linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, causados pelo aquecimento das proximidades dos cabos condutores”, ressalta o engenheiro.

 Além dos danos ao setor elétrico, as queimadas prejudicam a segurança dos motoristas, que têm a visibilidade das pistas comprometida devido à fumaça e, no ambiente rural, reduzem a produtividade nas áreas de cultivo atingidas pelo fogo. Entre os diversos problemas ambientais, vale destacar o impacto na fauna, já que as queimadas florestais destroem o habitat natural e, muitas vezes, matam os animais impossibilitados de fuga.

Autorização

Para a realização de queimadas, é necessária a autorização do Instituto Estadual de Floresta (IEF) (0800 283 2323), do Ibama ou de órgãos competentes. Se autorizada, a prática deve ser feita de forma controlada, com a construção de aceiros e barreiras que impeçam a propagação das chamas. O aceiro pode ser feito por meio de valas ou da limpeza do terreno, de modo a obstruir a passagem do fogo.

 Dicas importantes

Algumas medidas podem conter os riscos. Segundo Demétrio, as pessoas devem evitar jogar pontas de cigarro no chão, especialmente perto de qualquer tipo de vegetação, e apagar com água o resto do fogo em acampamentos, para evitar que o vento leve as brasas para a mata.

 Também não se deve realizar queimadas a menos de 15 metros de rodovias, ferrovias e do limite das faixas de segurança das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica.

 A Cemig lembra que é proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais. De acordo com a legislação, o indivíduo que cometer crime ambiental terá que responder a processo, com possibilidade de prisão, e deverá pagar multa pelo dano causado.

 Em caso de incêndios, o Corpo de Bombeiros (193) ou as Brigadas Voluntárias de Combate a Incêndios Florestais devem ser avisados o mais depressa possível.