O impacto do tratamento psicológico no paciente oncológico

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Objetivo é oferecer suporte emocional durante todas as fases da doença - Foto: Divulgação/Redes Sociais

O diagnóstico de câncer é um dos momentos mais difíceis na vida de um paciente. Mais do que uma condição médica, a doença impõe desafios emocionais, sociais e existenciais que afetam não apenas quem a enfrenta, mas também seus familiares. Medo, incerteza, ansiedade e até mesmo depressão são reações comuns diante do tratamento, tornando o suporte psicológico um componente essencial no cuidado integral ao paciente oncológico.

A psico-oncologia, ramo da psicologia dedicado ao estudo e ao acompanhamento de pacientes com câncer, tem como objetivo oferecer suporte emocional durante todas as fases da doença. Seu papel vai além de auxiliar o paciente no enfrentamento do diagnóstico e da terapia: ela também ajuda na adaptação às mudanças físicas e emocionais e na melhora da qualidade de vida.

Os impactos psicológicos do câncer

Desde o momento do diagnóstico, o paciente pode experimentar um luto simbólico, pois, de uma hora para outra, sua vida passa por uma transformação brusca. A incerteza sobre o futuro, o medo da morte, a preocupação com a família e as mudanças na rotina são fatores que geram altos níveis de estresse e ansiedade.

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Suporte psicológico deve estar presente em todas as fases da doença – Foto: Divulgação/Redes Sociais

Além disso, a autoestima e a autoimagem também podem ser afetadas, principalmente quando o tratamento envolve efeitos colaterais como queda de cabelo, perda de peso ou mudanças no corpo. Isso pode levar a sentimentos de insegurança, isolamento e até mesmo depressão.

Outro ponto importante é que o sofrimento emocional pode impactar a adesão ao tratamento. Pacientes com dificuldades psicológicas podem ter mais resistência em seguir as orientações médicas, como manter uma alimentação adequada, comparecer às sessões de quimioterapia ou radioterapia e até mesmo seguir as prescrições de medicamentos. Isso reforça a importância do acompanhamento psicológico como parte do tratamento oncológico.

O papel do psicólogo no tratamento oncológico

O suporte psicológico no câncer deve ser personalizado, levando em consideração as necessidades individuais de cada paciente. As abordagens terapêuticas mais comuns incluem:

– Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a modificar padrões de pensamento negativos e auxilia na regulação emocional, reduzindo sintomas de ansiedade e depressão.
– Terapia de aceitação e compromisso (ACT): trabalha a aceitação da doença e foca em estratégias para o paciente viver de forma mais plena, mesmo diante das dificuldades.
– Terapia familiar: envolve os familiares no processo terapêutico, ajudando-os a lidar com o impacto emocional e a prestar um suporte mais adequado ao paciente.

Além dessas abordagens, técnicas como relaxamento, mindfulness e grupos de apoio também podem ser utilizadas para proporcionar bem-estar emocional e fortalecer a rede de suporte do paciente.

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Sofrimento emocional pode impactar a adesão ao tratamento – Foto: Divulgação/Redes Sociais

Psicologia nos cuidados paliativos

Em casos de câncer avançado, quando o foco do tratamento passa a ser a qualidade de vida e não mais a cura, o acompanhamento psicológico ganha uma importância ainda maior. O paciente pode precisar lidar com o medo da morte, com o sofrimento físico e emocional e com o impacto que sua condição tem sobre a família.

Nessa fase, o psicólogo ajuda a trabalhar a aceitação da finitude, a lidar com o luto antecipatório e a ressignificar a vida e os relacionamentos. Para a família, o suporte psicológico também é essencial, auxiliando no preparo para a despedida e na adaptação à perda.

A importância do suporte emocional contínuo

O suporte psicológico deve estar presente em todas as fases da doença — desde o diagnóstico até a remissão ou os cuidados paliativos. Mesmo após a cura, muitos pacientes desenvolvem síndrome do estresse pós-traumático, medo da recidiva e dificuldades emocionais para retomar a vida.

Por isso, o tratamento oncológico não deve se restringir apenas aos cuidados médicos, mas incluir também o acompanhamento emocional. O câncer é uma batalha que vai além do físico, e cuidar da saúde mental do paciente é essencial para que ele tenha mais força, resiliência e qualidade de vida ao longo do tratamento.

Cuidar da saúde mental do paciente é essencial – Foto: www.saudelivrevacinas.com.br / Divulgação