Após a missa de ontem, minha pequena Helena (6 anos) foi ao altar, ajoelhou-se e fechou os olhos! Curiosamente, diante de minha limitação teológica, não compreendi o que a levou a fazer aquele gesto tão voluntário, nobre e inocente.
Indagada por mim, responde-me “Eu sou Helena de Troia, preciso me curvar diante do meu Rei!”. Quanta inocência e quanta sabedoria existe nesta fala: inocência porque, certamente a minha linda Helena não sabe qual foi o fim de Helena de Troia; sabedoria porque já sabe que para vencer as lutas, é necessário se render a Deus, pela fé.
Para você, caro leitor, informo que Helena era considerada a mulher mais bonita do mundo; mas também foi a responsável pela Guerra de Troia. Era filha do deus Zeus e da rainha espartana Leda. Era muito cobiçada pelos rapazes da realeza. Como foi raptada, iniciou-se conflito bélico entre gregos e troianos, com duração de dez anos. Este conflito só terminou com a vitória dos gregos, que destruíram a cidade de Troia, após estratégia criada por Odisseu. E Helena não viveu muito depois disso, quando estava tomando banho, a rainha mandou as servas vestidas de Erínias a enforcarem.
Triste fim de Helena de Troia e quanta mediocridade a minha! Não percebi que eu ensinei a minha filha a ter fé. Eu sempre a chamei de Helena de Troia, sem mesmo saber o que significava a palavra troia; o meu amigo artista e professor Auíri Brasileiro foi quem me ensinou.
Troia significa luta, combate
Que não nos falte fé nas nossas troias diárias, que tenhamos a inocência e a sabedoria da pequena Helena, que mesmo não tendo preocupação alguma, ocupou-se em curvar-se diante do Seu Deus, não porque precisava, mas porque reconhece a sua condição de serva.