A adolescência é uma fase marcada por diversas mudanças, sejam elas físicas, comportamentais ou sociais. É um período de autoafirmação e autoconhecimento, importantes para a formação de um adulto maduro.
Ser responsável por um adolescente pode ser enriquecedor e divertido, mas bastante desafiador. Você vai precisar ouvir e falar, compreender assuntos que talvez não façam parte da sua vida ou não sejam da sua época, dialogar sem afastar, compreender os limites da individualidade, ser amigo, mas também ser o adulto responsável.
De acordo com a psicóloga especializada em psicologia infantil, Marisa Celestino essa fase tambémé importante para que os pais conversem com seus filhos sobre sexo, pelo fato de que atualmente esses adolescentes têm um acesso mais fácil a conteúdos sexuais e se não recebem uma orientação adequada sobre o assunto tendem então a velejar pelas informações incorretas que existem principalmente na internet.
Muitas vezes, os pais também podem atrasar conversas sobre sexualidade ou porque equiparam falar sobre sexualidade com dar permissão ao adolescente para explorar comportamentos sexuais.
“Falar sobre sexo ainda é um assunto desconfortável para a maioria das pessoas e quando os membros envolvidos são pais e filhos existe o fato de que muitas vezes os mentores não sabem como abordar o assunto ou supõe que esses adolescentes já tem essas informações através de outros meios e acabam por deixar o assunto de lado, diz a psicóloga”.
Marina lembra que o assunto pode ser abordado desde mais cedo, mas de maneira adequada a cada idade, crianças por exemplo podem ser respondidas de acordo com o surgimento de curiosidades, sem necessariamente precisar aprofundar no assunto. Já os adolescentes, assim que entram na fase da puberdade já é possível que o assunto seja abordado, nessa fase pode ser ensinado sobre o funcionamento do corpo e reações naturais dele.
A costureira, Alessandra Alves de 45 anos conta que é de extrema importância conversar com os filhos sobre sexo, ela diz que com a experiência acumulada todas as informações são repassadas para os filhos com bastante responsabilidade, e com isso não vir a acontecer uma gravidez indesejada, ou até mesmo contrair uma IST Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
“Eu sempre falei abertamente sobre esses assuntos com os meus filhos, tem pais que ficam inventando que beijar na boca acaba engravidando, que a cegonha traz a semente e planta na mãe, eu nunca fui assim sempre ensinei corretamente. Alertei sobre o uso da camisinha, pedi para as meninas esperar o momento certo para entrar na vida sexual, pois não adianta fazer de qualquer jeito e se por acaso acontecesse de engravaidar teria que assumir as responsabilidades com a criança”.
Ela lembra que é importante semprer falar a verdade independente da idade, porém falar da forma correta para não gerar transtornos.
Meninos e Meninas
A Psicóloga destaca que quando os pais precisam falar sobre esse assunto e envolve meninas a questão cultural, ainda é tabu, então acaba tendo resquícios disso durante esse diálogo entre pais e filhas. Mas quando é a vez dos meninos, se têm mais liberdade sobre o assunto, mas não necessariamente essa conversa acontece com mais frequência com eles, pois aos meninos existe uma espécie de “autorização” para fazer sexo, mas para os pais não é mais fácil encontrar a maneira correta de abordar o assunto por serem meninos.
Marisa lembra que sem esse diálogo são grandes as chances de que esses adolescentes comecem de forma precoce a vida sexual o que não é recomendado visto a falta de maturidade.
Qual a melhor maneira de falar sobre o assunto?
A profissional explica que a melhor maneira vai sempre depender da relação entre pais e filhos, então é importante que isso seja construído desde antes para que ao chegar o momento aconteça de forma natural. É possível construir uma relação de confiança quando a criança é ensinada sobre consentimento, sobre o que é ou não afeto, responder as perguntas quando surgirem de maneira honesta e adequada a idade, isso podendo ser carregado à pré adolescência até chegar à fase da adolescência em que pode-se falar abertamente sobre sexo.
Não é necessário que faça da situação um evento, até porque isso tende a afugentá-los, mas é possível falar sobre sexo no dia a dia, aproveitando as oportunidades do cotidiano e sempre certificando de que o adolescente tenha entendido, dando abertura para que eles possam também contar suas experiências ou esclarecer possíveis dúvidas. Lembrando que falar sobre sexo não se resume a gravidez não planejada, IST e as formas de evitá-las, mas falar sobre sentimentos e responsabilidade faz parte da conversa.