Cruzeiro vence Atlético, faz as pazes com a torcida e conquista Campeonato Mineiro

Num clássico tenso, recheado de muitos cartões amarelos e até com expulsões, o Cruzeiro conseguiu o placar que precisava e conquistou seu 37º título do Campeonato Mineiro ao vencer o Atlético por 2 a 0, na tarde deste domingo, no Mineirão, pelo jogo de volta da decisão. Para ser campeão, o time celeste contou com o brilho de uma dupla que costuma se destacar em clássicos: Arrascaeta e Thiago Neves. Enquanto o uruguaio marcou de cabeça aos 3min do primeiro tempo, o camisa 30 balançou as redes aos 7min da etapa final.

Além dos gols anotados, um episódio foi determinante para o desdobramento da final: a expulsão do atleticano Otero, aos 21min do primeiro tempo, por causa de cotovelada no rosto de Edilson. A equipe de Thiago Larghi, que já não estava tão intensa no ataque, perdeu sua principal referência em chutes de longa distância e nas cobranças de falta e escanteio.

Campeão, o clube celeste faz as pazes com sua torcida, que ficou chateada pela derrota por 3 a 1 no jogo de ida, no Independência, e também em função do empate sem gols com o Vasco, na quarta-feira, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. O time não levantava a taça do Estadual desde 2014.

Depois da longa noite de comemoração neste domingo, o Cruzeiro inicia suas atenções para a estreia pelo Campeonato Brasileiro, no próximo sábado, às 16h, no Mineirão. O adversário será o Grêmio. Já o Atlético, derrotado no Estadual, pegará o Vasco no domingo, às 16h, no Rio de Janeiro.

O jogo

O Atlético adotou a estratégia do ‘em time que está ganhando não se mexe’. Thiago Larghi repetiu a escalação da vitória de domingo passado por 3 a 1, no Independência. Já o Cruzeiro realizou modificações na equipe derrotada na primeira partida. O lateral-direito Edilson, o zagueiro Dedé, o atacante Rafael Sobis e o meia Arrascaeta substituíram Lucas Romero, Murilo, Raniel e Rafinha. É importante ressaltar que os três primeiros saíram do time por estarem machucados.

Empurrado por sua torcida, o Cruzeiro conseguiu o que todo time traça como objetivo quando está em desvantagem: balançar a rede no começo do jogo. Logo aos 3min, Arrascaeta recebeu cruzamento de Egídio e exigiu boa defesa de Victor. Na sobra, Edilson fintou Otero e levantou a redonda novamente. Esperto, Arrascaeta se antecipou a Leonardo Silva e cabeceou no canto esquerdo, fazendo seu sexto gol em clássicos e o primeiro do time azul no Gigante da Pampulha: 1 a 0.

Com a necessidade de mais um gol para alcançar o resultado que lhe daria o título, a Raposa tentou avançar suas linhas, mas encontrou dificuldade de entrar na área em função da forte marcação do Galo. As propostas distintas das equipes ajudaram a inflamar os ânimos dos jogadores. Houve muitas divididas fortes e pressão de ambos os lados em cima do árbitro Luiz Flávio de Oliveira, que  teve trabalho para conduzir o clássico.

Na lateral de campo, Otero e Edilson duelavam à parte. No clássico da primeira fase, vencido pelo Cruzeiro por 1 a 0, o venezuelano ‘provocou’ a expulsão do cruzeirense ao sofrer falta no ataque. Já neste domingo, o lateral-direito celeste foi mais esperto. Ao chutar a bola para a frente, Edilson levantou o pé, sem atingir Otero, que revidou com uma cotovelada no rosto do cruzeirense na frente do quarto árbitro, Rafael Gomes Felix da Silva. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira mostrou cartão vermelho ao camisa 11 do Galo e amarelou o número 22 da Raposa.

Depois de muita reclamação dos dois times, a partida foi retomada. O Cruzeiro, com mais posse de bola, só exigiu uma intervenção de Victor em falta cobrada por Thiago Neves, aos 30min. O Atlético, com um a menos, arriscou de fora da área aos 34min, com Ricardo Oliveira, mas Fábio defendeu tranquilamente. E assim terminou o primeiro tempo.

No intervalo, o técnico Mano Menezes fez uma alteração diferente: trocou Edilson, que se queixou de dores, por Mancuello. Com isso, Henrique foi jogar improvisado na lateral direita. Sem Otero, Thiago Larghi manteve a composição do Galo na etapa inicial.

O começo do segundo tempo parecia ‘replay’ dos primeiros 45 minutos: o Cruzeiro pressionou em busca do gol. E conseguiu aos 7min, com passe perfeito de Robinho para Thiago Neves. O camisa 30 apareceu entre Leonardo Silva e Gabriel e desviou a redonda para o fundo da rede de Victor: 2 a 0.

Larghi tentou mudar o panorama do clássico com duas alterações no Atlético: Gustavo Blanco e Erik nas vagas de Luan e Ricardo Oliveira. Mano Menezes também mexeu no Cruzeiro, mas por cansaço: Robinho saiu para a entrada de Rafinha. O jogo, porém, continuou tenso e ‘brigado’ no meio-campo. O Galo tentou sua última cartada, com Róger Guedes no lugar de Elias. A Raposa fechou a defesa com Ezequiel substituindo Arrascaeta. Melhor para a equipe azul, que soube administrar a vantagem e celebrou o troféu que não conquistava desde 2014.