Moradores e autoridades locais se mobilizam contra retirada da PM do bairro Major Prates

Devido à retirada da Companhia de Polícia do bairro Major Prates, moradores da região se reúnem, a partir das 18h desta quarta-feira (04), em frente onde, atualmente, é localizado o pelotão para protestar contra a ação.

José Leite, presidente da Associação Comercial e de Empreendedores da Zona Sul de Montes Claros, afirma que a mudança não terá bons resultados no quesito da segurança pública.

“Nessa terça-feira começou o fechamento do batalhão do Major que corresponde por 23 bairros da região sul, eu vi a retirada dos móveis e logo as viaturas também devem ser retiradas porque eles têm até o dia 28 para entregar o prédio. Fico triste, mas mesmo triste não podemos desistir de lutar e estamos convocando os moradores, comerciantes para que possam reunir conosco. Temos confirmada a presença dos vereadores, alguns deputados e a imprensa. Essa retirada causará um impacto muito grande na nossa região que sofreu por anos com assaltos a mão armada. Nós lutamos para melhorar e tivemos um índice muito grande de melhora e com essa retirada a violência isso vai voltar e precisamos que a população se mobilize para que isso não aconteça”, lamenta.

Os moradores do bairro não são os únicos incomodados com a retirada. Vereadores da cidade também estão lutando para que a Corporação permaneça instalada nas imediações.

O vereador Oliveira Leiga considera que a saída da Companhia da localidade, é algo negativo para a comunidade, já que os policiais da 67º estão ali desde 1982.

“Precisamos evitar esse retrocesso na Segurança Pública. Nessa segunda-feira iniciou o processo de mudança e a administração funcionará no50 Batalhão/Ibituruna. O Projeto de Reestruturação da Polícia Militar atingirá essa importante companhia, porém não trará benefício para a essência do projeto, ou seja, não aumentará o efetivo de militares nas ruas, bem como não haverá economia de recursos para o estado, visto que, a sede da companhia pertence ao município e o estado não paga um centavo de aluguel”, afirma Oliveira Lega, que também é Policial Militar e o autor do requerimento que solicitava a manutenção do pelotão na região.

Além disso, o vereador acredita que se o caso repercutir na imprensa e em manifestações dos cidadãos pode haver um desfecho contrário.

“É preciso ação e a imprensa também tem um papel relevantes, se juntarmos a população, os políticos e a imprensa, podemos fazer com que chegue até o governador. O projeto do governador e do comandante-geral é descentralizar várias companhias do Estado com o objetivo de conseguir militares nas ruas e economizar com os alugueis, mas no nosso caso isso não funciona, aqui não é gasto o aluguel porque é usada a estrutura do município e não terá ganho de militares nas ruas porque a maioria dessa companhia não pode. Essa retirada não atende ao projeto e será um retrocesso na segurança pública. A estrutura que tem hoje será prejudica e a onda de assaltos aumentará muito”, pontua.

O Presidente da Câmara de Montes Claros, Cláudio Prates, que é policial federal, entende que o fechamento não é a melhor alternativa.

“É preciso que busquemos ações efetivas que visem à melhoria da segurança pública em nossa cidade e não seu retrocesso. A região carece de mais policiamento e não uma redução, o que deveria ser feito é o aumento no número de pelotões, ampliarem o número de policiais. A saída da sede física da companhia impacta diretamente na sensação de segurança do grande Major Prates. Estive em Belo Horizonte levando demandas aos deputados mineiros e uma delas era referente ao 67ª Companhia. É importante que nós parlamentares participemos dessa importante pauta”, afirma.