Violência é o tema da Campanha da Fraternidade 2018

A Quarta-Feira de Cinzas (14), não só representa o início da Quaresma, que é o período em que os católicos se preparam para a Páscoa, quando é lembrada a morte e ressurreição de Cristo, mas também é lançada a Campanha da Fraternidade. Em 2018, o tema escolhido é Fraternidade e Superação da Violência, lema retirado do Evangelho de Mateus, capítulo 23, que ressalta: “Vós sois todos irmãos”.

O tema violência foi discutido em um seminário no dia 9 de dezembro de 2016 na sede da CNBB em Brasília e aprovado na reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da CNBB, que foi realizada em setembro do mesmo ano. O sacerdote responsável pela Paróquia São Pedro, de Montes Claros, Antônio Alvimar Souza, analisa o significado do tema como atual e pertinente.

“Este ano a campanha trabalha com o tema da violência e um dos objetivos é contribuir para a construção da cultura de paz, tendo em vista, que o mundo vivemos está marcado por uma situação de violência que manifesta na vida concreta, vinculada pelos meios de comunicação, sendo a violência doméstica, assassinatos, violência contra a criança e ainda a violência subjetiva que é marcada sobretudo pelo preconceito, racismo, discriminação nas diversas formas, tudo isso é trabalhado no tema da campanha que é atual”, pontua.

Confira os horários das missas de Quarta-feira de cinzas das igrejas pertencentes à Arquidiocese de Montes Claros.

Quaresma

O lançamento da campanha se dá junto à Quaresma, período de 40 dias (até 29 de março) em preparação à data mais importante do ano católico, a Páscoa.

“A quaresma é um Tempo Litúrgico, onde durante 40 dias a igreja é convidada a fazer toda uma reflexão, exercício de vida interior, onde as pessoas são chamadas a conversão. Nós temos três exercícios espirituais importantes, oração, jejum e caridade. Na oração, somos convidados a fortalecer a vida interior para nos tornarmos fortes diante das dificuldades da vida, o jejum consiste em dominar as nossas forças interiores, afinal, o jejum não é apenas se privar, mas também aprender a ter domínio sobre diversas situações da vida, diante da comida, sexualidade e tudo aquilo que pode ser exagerado”, explica o padre Antônio Alvimar.

Jejum e abstinência 

Muitas pessoas confundem o significado do jejum e da abstinência que são obrigatórios durante a Quarta-feira de Cinzas, como também na Sexta-feira Santa.  O primeiro é a “forma de penitência que consiste na privação de alimentos”. A orientação tradicional é que se faça apenas uma refeição completa durante o dia e, caso haja necessidade, pode-se tomar duas outras pequenas refeições, que não sejam iguais em quantidade à habitual.

Pelas orientações da Igreja, estão obrigados ao jejum os que tiverem completado 18 anos até os 59 completos. Os outros podem fazer, mas sem obrigação. Grávidas e doentes estão dispensados do jejum, bem como aqueles que desenvolvem árduo trabalho braçal ou intelectual no dia do jejum.

Já sobre a abstinência, o Direito Canônico diz que “consiste na escolha de uma alimentação simples e pobre”. Segundo o documento, a tradição da Igreja indica a abstenção de carne, pelo menos nas sextas-feiras da Quaresma. “Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo os mais requintados e dispendiosos [caros] ou da especial preferência de cada um”, orienta o documento.

A obrigação da abstinência começa aos 14 anos e se prolonga por toda a vida. Grávidas que necessitem de maior nutrição e doentes que, por conselho médico, precisam comer carne, estão dispensadas da abstinência, bem como os pobres que recebem carne por esmola.